O capital político das eleitas e eleitos para as Assembleias Legislativas da Região Sul (2015-2019)
Resumo
A baixa representatividade feminina na política brasileira e os desafios à permanência de mulheres nos espaços de poder não se configura como um problema recente. A vertente interpretativa de que o acesso à esfera política pode ser mediado pelas espécies de capital político acumuladas durante a trajetória dos parlamentares fornece contribuições para esta área de estudos. Dessa forma, este artigo analisa o perfil sociopolítico dos 149 parlamentares eleitos em 2014 para as três Assembleias Legislativas da Região Sul do país, dos respectivos estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Embasando-se em quatro dimensões elaboradas a partir do conceito de capital político de Pierre Bourdieu – capital institucional, capital familiar, capital econômico e capital midiático –, o objetivo é verificar as diferenças dessas espécies de capital apresentadas pelos deputados estaduais eleitos do gênero masculino e feminino. Por meio do uso do método de estatística descritiva para a análise dos dados, as principais conclusões do artigo foram: primeiro, o baixo número de cadeiras ocupadas pelas mulheres nas Assembleias Legislativas dessa região, representando apenas 14 das 149 vagas. Em segundo lugar, 81% das deputadas eleitas apresentaram vínculo de parentesco com outro político, podendo significar que a entrada delas no campo político é mediada pelo contato familiar, que possibilitaria o conhecimento do jogo político. Em relação aos deputados homens, eles apresentaram de modo mais plural os demais tipos de capital político, representando um perfil que dispõe de outros recursos.
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